Morgenröthe Friedrich Wilhelm Nietzsche (1881) | |||
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Aurora | The Dawn of Day | ||
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Neste livro se acha um “ser subterrâneo” a trabalhar, um ser que perfura, que escava, que solapa. Ele é visto — pressupondo que se tenha vista para esse trabalho na profundeza — lentamente avançando, cauteloso, suavemente implacável, sem muito revelar da aflição causada pela demorada privação de luz e ar; até se poderia dizer que está contente com o seu obscuro lavor. Não parece que alguma fé o guia, algum consolo o compensa? Que talvez queira a sua própria demorada treva, seu elemento incompreensível, oculto, enigmático, porque sabe o que também terá: sua própria manhã, sua redenção, sua aurora?... Certamente ele retornará: não lhe perguntem o que busca lá embaixo, ele mesmo logo lhes dirá, esse aparente Trofônio[1] e ser subterrâneo, quando novamente tiver se “tornado homem”. Um indivíduo desaprende totalmente o silenciar, quando, como ele, foi por tão longo tempo toupeira, solitário — — [1] Trofônio: personagem mitológico, arquiteto responsável por várias construções importantes na Grécia antiga; depois de um episódio em que teria roubado o tesouro de um rei, foi engolido pela terra e passou a habitar, como oráculo, uma câmara subterrânea. | In this book we find a “subterrestrial” at work, digging, mining, undermining. You can see him, always provided that you have eyes for such deep work,—how he makes his way slowly, cautiously, gently but surely, without showing signs of the weariness that usually accompanies a long privation of light and air. He might even be called happy, despite his labours in the dark. Does it not seem as if some faith were leading him on, some solace recompensing him for his toil? Or that he himself desires a long period of darkness, an unintelligible, hidden, enigmatic something, knowing as he does that he will in time have his own morning, his own redemption, his own rosy dawn?—Yea, verily he will return: ask him not what he seeketh in the depths; for he himself will tell you, this apparent Trophonius and subterrestrial, whensoever he once again becomes man. One easily unlearns how to hold one’s tongue when one has for so long been a mole, and all alone, like him.— | ||
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